Fui
um jovem curioso
Sempre
estive a perguntar
Por
que um céu tão majestoso?
Por
que as ondas no mar?
De
repente fui crescendo
E
as perguntas começaram a mudar
As
respostas foram desaparecendo
Mas
nunca deixei de indagar
E
ali? Por que não posso entrar?
Por
que não posso brincar?
Por
que devo trabalhar?
4:30
da manhã?
Por
que tenho que acordar?
Mas
numa tarde tranquila
Eu
saí para lanchar
Não
podia demorar
Teria
que ir estudar
Mas
que destino matreiro
Não
podia imaginar!
Foi
um tiro certeiro
Não
deu tempo me esquivar
Já
desolado no chão
Minha
única reação
Foi
não parar de questionar:
Por
que o senhor atirou em mim?
Mas,
e agora senhores?
Quem
se habilita a falar?
Será
que nenhuma resposta
Vocês
poderão me dar?
Aquela
arma, senhores
É
a arma da covardia
Todos
seguram o gatilho
Numa
sociedade que silencia.
Mas
vejam que ironia!
Quem
segura o gatilho
Também
está sujeito a um tiro
Nessa
nação da letargia.
Douglas Rodrigues, 17 anos, foi baleado e morto pela Polícia Militar de São Paulo. “Por que o senhor atirou em mim?”, foi o que disse Douglas ao ser atingido no peito. (http://migre.me/mH1xD).
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