Tenho muita dificuldade
de entender tudo que diz respeito à astronomia. Não só pela minha aberrante inabilidade com números, mas também
e, principalmente, pelo deslocamento existencial suscitado em mim quando me
falam sobre a existência de outras galáxias. Veja bem (só para situar o leitor
ainda despercebido da complexidade que existe acima das nossas cabeças): nós
vivemos num planeta que faz parte de um sistema; este, por sua vez, faz parte
de uma galáxia e, assim como ela, existem milhares de outras no universo. Ou
seja, somos um nada dentro de um todo que não conhecemos e nem conseguimos dimensionar.
Atualmente, mal consigo
apreciar a beleza de uma estrela, pois a astronomia me fez perder a capacidade
de olhá-las com a percepção do encantamento e colocou em mim as lentes da observação,
das dúvidas e questionamentos.
Acho que, por isso,
tenho preferido lidar com a astrologia. Os signos são muito mais reveladores e tem
respostas pessoais para minhas questões diárias. Eles foram se aprimorando tanto
ao longo do tempo que, hoje em dia, é possível, inclusive, fazer previsões
sobre quadros futuros de obstipação intestinal e terçóis. Nada mais louvável e
justo do que apreciar o horóscopo matinal com a indicação do número e cor da
sorte do dia. Não é questão de crença; é questão de observar a sutil e íntima
conexão existente entre tudo que está acima da nossa cabeça e o que se passa
dentro dela, no mundo real.
Uma coisa que me inquieta
profundamente é entender como o universo, no sentido astronômico, se sustenta
sobre o nada. Lembro-me de ter lido, em algum lugar, sobre a crença de alguns
povos que acreditavam ser a terra sustentada por dois elefantes. Não acho nada incoerente
pensar assim, afinal, elefantes são animais fortes o suficiente e ficou mais
claro ainda o enorme potencial que os animais têm depois que o Papa afirmou,
recentemente, que os cães vão para o céu, coisa que eu já sabia há muito tempo.
Portanto, não se deixem
levar pelas dúvidas dos que pretendem descobrir os mistérios do universo como
se tudo fosse linear e resolvível. Existem coisas que, simplesmente, nunca
saberemos. É dever nosso aprender a lidar com esse desconhecido. Só deixo a
dica de, no caso de necessitar saber alguma coisa para amanhã, consultar seu
mapa astral. Ele é ótimo quando o assunto é sua vida amorosa e, convenhamos, ela
é muito mais importante que a existência de extraterrestres e do que esse texto,
inclusive.
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